Advogado de Banon considera Strauss-Kahn "agressor sexual não julgado"

A advogada de Dominique Strauss-Kahn afirmou hoje que o ex-director do Fundo Monetário Internacional foi "completamente ilibado" depois de a justiça ter arquivado uma queixa da francesa Tristane Banon, que o acusava de tentativa de violação.
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A escritora e jornalista Tristane Banon, de 32 anos, apresentou queixa contra Strauss-Kahn no início de Julho, acusando-o de a ter tentado violar num apartamento em Paris, em Fevereiro de 2003.

O Ministério Público considerou, após um inquérito, que não havia elementos suficientes para servirem de prova a uma acusação de tentativa de violação.

"Mas são reconhecidos factos que podem ser qualificados de agressão sexual", referiu o procurador. Como esses factos remontam a 2003, não podem ser levados a julgamento dado que prescrevem ao fim de três anos, explicou.

O delito de agressão sexual prescreve três anos após os factos, enquanto a tentativa de violação, que pode ser condenada com pena até 15 anos de prisão, prescreve ao fim de 10 anos.

Strauss-Kahn "está evidentemente ilibado de todas as acusações de que foi alvo", declarou a sua advogada, Frédérique Beaulieu, a um canal de televisão. "Quando alguém é alvo de uma queixa e essa queixa é arquivada, isso quer dizer que a pessoa não pode ser acusada, o que significa que é ilibada", acrescentou.

Dominique Strauss-Kahn "é um agressor sexual que não foi julgado", afirmou, por sua vez, o defensor de Banon, reagindo ao arquivamento da queixa.

A decisão do Ministério Público, "apesar de insatisfatória, constitui uma primeira vitória para Banon, dado que ao fim de cinco meses de uma batalha feroz foi determinado que o seu caso não é vazio e que os factos que denunciou não são imaginários, contrariamente às afirmações de Strauss-Kahn", disse o advogado em comunicado.

Dominique Strauss-Kahn, de 62 anos, foi também acusado em Maio de tentativa de violação por uma empregada de um hotel de Nova Iorque, mas o processo penal foi arquivado pela justiça norte-americana que considerou que a queixosa não era suficientemente credível.

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